segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

CORREÇÃO DE DERRAPAGEM E PUNTA-TACO















Acreditava que para corrigir uma saída de traseira devia-se levantar o pé e esterçar o volante para fora da curva. Mas amigos me disseram que em carros de tração dianteira isso não é válido, e que deve-se acelerar ainda mais o carro... E aí, como corrigir uma saída de traseira em um carro de tração dianteira?Outra dúvida se refere a freadas de emergência. Para um melhor resultado deve-se usar a redução das marchas, para aproveitar o "freio-motor". Mas essa redução é geralmente acompanhada por um "tranco". Isso pode levar à quebra de alguma coisa? Em competição os pilotos usam o "punta-taco", ou seja, aceleram enquanto reduzem a marcha. Como é isso? Dá-se uma leve pisada no acelerador enquanto tira-se o pé da embreagem? Isso evita o tranco da redução?

Tanto no carro de tração dianteira quanto no de tração traseira, Fernando, a correção da saída de traseira (sobresterço) dá-se virando as rodas para fora da curva, ao mesmo tempo em que se varia a potência aplicada às rodas. Você deve ter sempre em mente que a capacidade do pneu em gerar força lateral (a que "segura" o carro na curva) diminui à medida em que potência lhe é aplicada.Num carro de tração traseira que esteja saindo justamente nesse eixo, acelerar mais só vai complicar as coisas. O ideal seria tirar toda a potência, para que o pneu gerasse instantaneamente a maior força lateral possível.

Por exemplo, desacoplando a embreagem (apertando o pedal até o fundo). Mas como isso é um tanto estranho, manter a mesma aceleração já ajuda e muito. Já num tração-dianteira, acelerar devolve o equilíbrio ao veículo, pois você estará diminuindo a aderência da dianteira. Mas, atenção: se você já tinha pouca aderência atrás e perde na frente, será preciso espaço para a nova trajetória, evitando sair da estrada numa curva à esquerda ou invadir a contramão numa curva à direita.

Acelerar um carro de tração traseira que já esteja em atitude de derrapar de traseira e manter as rodas esterçadas para fora da curva é possível e até resulta em maior velocidade de contorno da curva, mas é preciso boa dose de habilidade para ter êxito na manobra. É coisa para piloto de competição realizar e chama-se derrapagem de potência (power slide).Para freadas de emergência, esqueça o câmbio. Fique apenas com os freios, que são muito mais potentes do que o motor.

Um carro típico que gaste 12 segundos para acelerar de 0 a 100 km/h levará cerca de 3 segundos para imobilização completa a partir daquela velocidade. Use o freio-motor em situações como descida prolongada de serra, quando desejar poupar freio por qualquer motivo ou no caso de falha de freios. Saiba mais sobre procedimento de emergência nesta situação.Em corrida, as reduções de marcha não servem para diminuir a velocidade, mas para deixar o motor com rotação correta no momento de acelerar após a curva. A troca ou as trocas são feitas durante a frenagem apenas para ganhar tempo.

O tranco a que você se refere ocorre quando a rotação do motor não corresponde à que teria na marcha que acabou de ser engatada numa redução. Para evitá-la, só soltando o pedal de embreagem bem devagar (a embreagem automática do Mercedes Classe A faz isso sozinha) ou elevando a rotação do motor por meio de uma breve acelerada antes de soltar o pedal de embreagem. Para dar essa acelerada enquanto se está freando, usa-se o que você falou, o punta-tacco, ponta e salto (do sapato) em italiano. A ponta é colocada no pedal de freio e o salto no acelerador -- na verdade não é o salto que aciona o acelerador, mas o lado direito do sapato.

Dessa maneira, consegue-se movimentar três pedais com dois pés, o esquerdo na embreagem e o direito no freio e no acelerador. A técnica é muito útil também ao arrancar numa subida, dispensando o uso do freio de estacionamento.Fique atento para o fato de que há limite para efetuar a redução de marcha. Quando a marcha inferior for engatada, mesmo sem soltar o pedal de embreagem, a velocidade do veículo não pode ser superior à que aquela marcha proporcionaria estando o motor na rotação-limite. Essa pode ser, para fins práticos, a rotação de corte de injeção. Se esse cuidado não for tomado, o disco pode ganhar rotação excessiva e vir a centrifugar-se, um dano irreparável, compensador só mesmo numa emergência.

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